Auto da Barca do Inferno

A Rede de Bibliotecas de Cantanhede incluiu, mais uma vez, a representação do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, na sua programação, visando com isto "propiciar o contacto dos alunos com a representação teatral,  favorecer a compreensão da obra estudada e  motivar para a ida ao teatro".
Assim, no dia 21 de janeiro, as turmas A, B e C do nono ano (58 alunos), acompanhados pelos professores Cristina Maia, Berta Santos Artur Ferreira e João Martins, deslocaram-se ao auditório do Centro Paroquial São Pedro, em Cantanhede, a fim de assistir à peça, numa interessante e fiel encenação da companhia contratada - ContraPalco Produções Teatro .
Todos os envolvidos manifestaram o seu agrado pela oportunidade de ver "ao vivo" a peça que integra o Programa de Português do 9º ano, sobretudo pela excelente qualidade dos atores, que envolveram com grande dinamismo e interatividade o público presente.



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Sobre o espetáculo (cf. https://contrapalco.webs.com/espet-culos )
O Auto da Barca do Inferno é um auto de moralidade representado pela primeira vez em 1517.
Numa época em que a arte literária se começava a apurar (século XV e o arranque da aventura dos Descobrimentos serviam de inspiração), Gil Vicente era uma voz única e sonora quanto baste na corte portuguesa. As suas peças de teatro são um quadro apurado de um outro Portugal, em que as personagens - tipo conseguiam concentrar em si todos os defeitos e todas as qualidades das várias classes sociais. Na travessia de barca que sucede o último fôlego, um Anjo e um Diabo preparam o julgamento e é nestas argumentações, por vezes ridículas, por vezes sérias demais, que descobrimos os destinos dos personagens. No fim, porque a moral é implacável e os pecados têm que ser redimidos, o destino de quase todos é o mesmo: as portas do Inferno abrem-se para a maioria. Cinco séculos depois da sua primeira apresentação pública, o Auto da Barca do Inferno continua a cumprir o seu objectivo de moralizar, de ensinar e de, porque afinal de contas Portugal continua o mesmo, satirizar a r .ealidade

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